terça-feira, 15 de novembro de 2011

O QUE DIZIAM OS ESTUDIOSOS DA CAJUCULTURA EM 1993


ISSN 0103-5797 
Ministério da Agricultura,  do Abastecimento e  da Reforma Agrária 
Empresa Brasileira  de Pesquisa Agropecuária  -  EMBRAPA 
Centro Nacional  de Pesquisa  de Agroindústria Tropical  -  CNPAT 
SITUAÇÁO ATUAL E ALTERNATIVAS PARA EXPANSÁO  DA 
CAJUCULTURA  NO RIO GRANDE DO NORTE 
Carlos  Roberto Machado Pimentel 
Fortaleza - CE 
1993

Alternativas para  a  Cajucultura no Rio Grande do Norte 


Pela análise dos  níveis  de  produtividade  da  cajucultura no  estado  do  Rio Grande  do Norte,  verifica-se  que  esta  cultura necessita ser  reformulada  para  que mantenha  sua atual importância econômica.  Verifica-se, ainda,  que  os  efeitos da política  de  incentivos fiscais  tiveram impacto apenas  na  área plantada, não  contribuindo para a mudança  tecnológica  do  cajueiro neste  Estado. 
A  curto  prazo, a melhor alternativa para elevar o  atual nível  de produtividade  do  cajueiro  no  Rio Grande  do Norte,  sem comprometer a produção,  é  investir  em  tecnologia.  Entretanto, deve-se  ter o cuidado  de  não  tornar o setor  dependente  da  concessão  de incentivos e  subsídios. 
O  aumento  da produção mediante  elevação dos  níveis de produtividade beneficiará tanto  o Estado  (pelo maior recolhimento de impostos  e  pela  expansão do mercado  de  emprego)  como  o produtor,  que  aumentará  seus  lucros  sem  necessidade de  expandir  a área cultivada. Dentro deste  contexto,  os  órgãos de pesquisa  e extensão desempenharão  importante  papel,  oferecendo  alternativas que  visam ao  aumento  da produção  de  castanha  de caju.  Os  primeiros desenvolvendo  novas pesquisas,  a fim  de obter  variedades mais produtivas e  resistentes as condições  ambientais, e a extensão, incentivando os  agricultores a adotarem  novas  técnicas  de  produção. 

 Medidas  de  curto  prazo .

-  Ao  nível  de produtor 
-  Reduzir  custos  através do  uso  da  poda de  limpeza, roço manual e incorporação  dos  restos  de  cultura.  Com  a  redução dos custos,  haverá  aumento  da  rentabilidade  da  cajucultura  ao nível  de produtor. 
-  Desestimular  a produção  em  áreas  inaptas  no que  diz respeito a  solo e  clima. 
-  Estabelecer  um  programa de  manejo  e tratos culturais. 
-  Em  nível  governamental 
-  Criar  um  fundo  de  apoio  à  recuperação  da cajucultura,  constituído de  parcela  do  ICMS  arrecadado  da castanha. 
Estes  recursos  teriam  por  objetivo  fortalecer a  pesquisa, extensão, produção  e  comercialização,  constituindo-se  no  principal componente para  a mudança  da  atual situação  da  cajucultura  no  Rio Grande do Norte. 
-  Desincentivar a exportação  da  castanha  de  caju  "in natural'  para outros estados. 
-  Incentivar a produção  de  mudas enxertadas  com matrizes selecionadas em  campos de produção. 
-  Financiar  cursos  e treinamentos para  extensionistas  e produtores que atuam  na  cajucultura. 
-  Iiicentivar  a pequena indústria de beneficiamento de castanha e  pedúnculo.  

Medidas  de  apoio  de médio prazo .

-  Ao nível  de produtor 
-  Renovação parcial  dos  pomares  pela  eliminação  das plantas de  baixa produção e  sua  substituição  por  clones  de  alta produção do  tipo anão - precoce. 
-  Expansão  de novas  áreas  com  cajueiro-anão-precoce. 
-  Recuperação  de plantas  a  partir  de  substituição  de copas,  usando-se  os  processos  desenvolvidos  e  testados  pela  pesquisa. 
-  Em  nível governamental 
-  Incentivar  a  pesquisa  a  desenvolver novas técnicas que objetivem reduzir  e  aumentar  a produção. 
-  Incentivar  a  pesquisa  a  desenvolver  usos  alternativos para  o pedúnculo e  goma  do  cajueiro,  visando seu melhor aproveitamento industrial. 

 Medidas  de  longo  prazo .

-  Renovação total  dos  pomares  existentes  com substituição  por  material  clonado  superior. 
-  Expansão  de  novas  áreas somente  com  clones superiores e antecedida  de  estudos detalhados sobre  clima e  solos. 

Em virtude do nosso pouco conhecimento em informática, tivemos que adaptar o sistema de exibição de parte do trabalho, no entanto sem alterar o seu conteúdo, basta ver em: http://www.cnpat.embrapa.br.
Desde 1993 já se notificava as necessidades que ainda hoje os cajucultores passam, só que a cada dia com maior gravidade. E aí perguntamos: o que está sendo feito em nosso Estado? Será que teremos algum Zé do caju na Assembléia Legislativa; no Governo do Estado, nos Municípios (Prefeitos)? 

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